domingo, 31 de agosto de 2008

uma pizza em amsterda, um susto na italia

viajar para encontrar a si mesmo....
foi na quarta a tarde que sai do Brasil. ansiedade controlada, amigos com garrafa de vodka pra uma despedida singela: aproveita! o clima nao podia ser mais tranquilo... aviao otimo, comida boa na viagem, filmes recentes na programacao (assiste Kung Fu Panda e um pedaco de Iron Man)... meu ingles me bastou para apertar os cintos e escolher entre 'chicken' e 'meat' nas refeicoes...
aportar em Schiphol (aeroporto de amsterda) e como chegar num grande parque de diversoes... existem diversas areas de descanso, sala de meditacao, restaurantes, lanchonetes e free shops de todas as classes... andar de uma area a outra do aeroporto pode levar ate 40 minutos (sempre dentro da area de desembarque internacional. E o mais interessante: dependendo da destinacao do voo, os avisos sao dados em 03 idiomas: ingles, holandes e portugues (portugal)/ chines/ japones/ frances (pelos menos ate onde eu pude perceber)...
as 21h20 mais um voo - allitalia com destino a milao (aeroporto de linate). o aeroporto 'e pequeno, fica no centro da cidade... cheguei ás 23h30. Eu, as malas não. Elas ficaram em amsterdã. Sozinha, sem malas... e com muito susto. Olho em volta e nenhuma viva alma feminina, nenhuma mulher, nenhuma parceira mochileira... O clima era de poucos viajantes, poucas malas a vista, e muitos, muitos moradores de rua que se praparavam apra dormir... Tudo bem até aí, ao menos são alguma cia. O susto aconteceu quando todos os cafés fecharam e os guardas se aproximaram das portas com cadeados. "O que? Vai fechar? Scusate, lei sa se l'aeroporto chiude? - Si, chiude e apre alle 04h30." Não, não pode ser. Os guardas vão embora, os empregados, fico eu e os bancos com cobertor. Talvez não fosse motivo, talvez o motivo nunca exista... Chorei... desisti.... não queria passar a noite alí... já eram 30 horas sem dormir, sem falar português, sem ouvir uma voz amiga... eu queria dormir, dormir sem me preocupar com as malas e com o corpo, sem ir no banheiro e ser vigiada por um banco de homens silenciosos... Susto demais, motivo de menos... No Brasil ninguém atende... A ligação é difícil, o soluço atrapalha... Um policial se oferece para me levar para sua casa, passar a noite, dormir, e depois me trazer ao primeiro ônibus ás 04h30 em direção ao aeroporto de Milano Malpensa, 01 hora de caminho... E alí pegar 2h de avião de volta a amsterdã... me arrependo, repenso... sensação de solidão maior que já passou pelo corpo... Vou conseguir ainda ler? Não tenho música, não consegui um bom café... não tenho travesseiro, a mala não está.... 12h45 - entra pela porta um casal, viajentes, talvez os únicos a embaracar num avião pela manhã... não exito, me aproximo e peço "posso ficar por perto, assim nos revesamos para cuidar das malas? Certo! Alívio. Solidão é sentimento estranho... se aproxima sem aviso... Meu coração se acalmou, bastou pouco apara que a segurança retornasse... Dormir, nem precisou... Conversamos infindáveis horas, tínhamos assuntos e curiosidades... O jovem casal me reconfortou e trouxe sorte! No Brasil a primeira resposta... "Ciao, come stai?" Tranquilizo! às 04h30 parto para Malpensa...

Felicidade é tomar um capuccino e comer um corneto italiano ás 06h da manhã!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

a casa

talvez na vida poucas palavras sejam tão volúveis quanto 'casa'
escolher o seu lar pode ser uma verdade tão frágil quanto
qualquer certeza de felicidade











estará a casa nas paredes, no telhado, na chave que se carrega durante todo o dia?
dar à casa os seus detalhes, habitá-la em sua identidade
ser casa da casa
ser abrigo do lar que se constrói











assumir-se casa
pensar nos detalhes que a ti pertence
mi casa
su pensiero

quarta-feira, 23 de julho de 2008

sexta-feira, 23 de maio de 2008

de Clarice Lispector

"Quem não é um acaso na vida?"

segunda-feira, 19 de maio de 2008

gato-gente ou pessoa-gato

assim é lorenzo bechamelle: acorda cedo, umas 5h ou 6h da manhã, e começa a me tocar o rosto, me dá umas lampidinhas e fica pedindo atenção até que eu levante o meu braço para afagar sua linda cabecinha. quando me dedico muito tempo ao trabalho no computador, ele sobe na mesa e fica passando na minha frente, assim, como quem não quer nada, até que deita sobre o teclado e só sai quando lhe dedico atenção. À tarde, se apóia em qualquer canto, perna ou abraço quentinho e tira seu cochilo com o pescoço tombando de lado. E se não tem comida, reclama balançando a caeça em sinal de desaprovação. Agora a pouco ele mexeu na minha bolsa... isso não se faz, mexer na bolsa de mulher sem autorização... ainda mais se é pra roubar o que tem dentro - um lanche de peito de peru, já embrulhadinho, que ele abre e começa a estraçalhar sem que eu me dê conta. no início não gostava de colo, mas agora se esbalda nos braços de todas as mulheres que circulam minha casa... e até de alguns homens também!à noite, quando me deito ele se aproxima... se fecho os olhos ele se deita, coloca o rabo entre as pernas até que a pontinha alcance a boca... hupa o rabo como a uma mamadeira, dorme ao meu quietinho, quietinho... e nem liga se eu me mexer...
chego em casa do trabalho e ele está na porta... me faz um primeiro cumprimento-gatp , que eu respondo com um abraço-gato... e assim vamos vivendo... eu e o gatinho...
compro ração, brinquedinho e até lencinho com perfume... a única coisa que eu não faço é chamar meu gato de miau. e já aviso aos desafisados: ada de chamar o lorenzo de miauzinho, gente. Não infantilizem meu gato!
rsrsrsrs

quinta-feira, 15 de maio de 2008

segunda-feira, 12 de maio de 2008

11 de maio

Ontem não foi tão assustador quanto eu pensei que o "amanhã" seria... Tampouco foi menos sério ou representou menos do que devia para ocasiões a serem lembradas. Agora, hoje... Hoje foi.... Foi dia de arrumar, de jogar fora as arestas, de re-arejar os móveis e a cabeça, de se encarar e tirar as sobras das personalidades de outros... Hoje já foi... Foi dia de exame sereno da consciência e de seriados americanos na TV... foi dia de café da manhã vantajoso e de almoço improvisado... Foi dia de cinema na leve na paulista e sono pesado às 10 de noite... foi dia/noite de sonhos engraçados... foi um dia que já foi... deixando uma memória que restou...

sexta-feira, 9 de maio de 2008

09 de maio

hoje não consigo pensar apenas no que acontece e acontecerá hoje
hoje me preocupo com o depois bem próximo,
hoje não me permiti viver apenas as sensações de hoje,mas não as ignoro
as sinto, pressinto, consinto em sentir o que sinto
o vento, o bem estar da temperatura agradável
o gato que toma banho na fente do computador
mas perto do estômago o amanhã está presente
em forma de suspiro e frio na barriga
o amanhã não dorme enquanto eu escrevo
e não acontece enquanto não fecho os olhos

aliás, o amanhã deixará de acontecer quando eu respirar
e deixar simplesmente o corpo expandir
e ampliar o pensamento ao inumano, mais exato
ampliar o sentimento ao super humano
ao guardado remoto
à herança aprendida em alguma época histórica

a dúvida se realiza no presente
mas a resposta não tem tempo

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Fantástico!





PRAIA da GUARDA

Guarda do Embaú!

Puxa, tinha mesmo que valer a pena!!!!

Saimos de Laguna com passagem para a praia da Guarda...

Mas, dormimos... imaginou?

Nós pedimos pro motorista avisar a hora de descer.. ele esque ceu....

imaginou?????

acordei em florianópolis e, putz! que correria pra reclamar, banheiro, fome, trocar passagem, chateação !!!!!!!! aregh!




Chegamos na Guarda por volta das 16h.... a pequena vila estava a todo vapor! Tudo é muito bonitinho, pequenininho e organizadinho!!!!!
Mais uma vez nos enfiamos mata a dentro para pesquisar a região... Coragem! Esta é uma foto tirada no meio do caminho para a pedra do urubu... atrilha estava molhada e, por sorte, não levamos nenhum tombo!Mas valeu a pena, a paisagem é incrível!








Numa destas caminhadas (longa caminhada, por pastos e tudo mais...) encontramos uma cabaninha que segundo o dono da pousada em que estávamos, faz o melhor petisco de peixe da região (quiça do mundo!!!! rsrsrsrs). O engraçado é que o lugar está no meio do nada "urbanizado" e só acessível por trilha mesmo! Não tem energia nem rede de esgoto, claro! Mas é um descoberta surpreendente!






Temos que agradecer grandemente à nossa guia... não sabemos o nome dela... Em determinado ponto da caminhada esta cachorrinha começou a nos seguir e, logo depois, a os guiar... foi fantástico!






Para chegar até a prainha (ou seja, na praia de fácil acesso), o indivíduo tem que atravessar um rioem duas etapas. A travessia não é perigosa (o rio dá pé para um adulto tranquilamente), mas água é fria!!!!! Pensa que eu topei entrar na água na primeira vez??? nem morta!!!! A bixa é véia, mas é medrosa!






E aí está,´para as turistas mais turistas, a primeira travessia foi de barquinho (01 real por pessoa). Na volta, a chuva avançou rapidamente, e todos os barquinhos já tinham partido, chrio de passageiros apressados... Imaginou? Atravessamos o rio na volta... Mas água fria é bom... ativa a circulação!!!!!!!!!!!!

Farol de Santa Marta




Na cidade de Laguna (que fica ao Sul de Florianópolis), existe um ponto realmente magnífico de visitar: o farl de santa marta. Cercado por pequenas vilas pesqueiras, o lugar é muito procurado por surfistas e turistas do próprio estado. O lugar é encantador... é uma espécie de península dotada de praias quase desertas e fantásticas! Nós nos hospedamos numa pousada que ficava bem de frente pro mar, na prainha, parte mais habitada do Farol. Nos 04 dias em que estivemos lá (tínhamos planejado ficar apenas 01, vejam só!) desbravamos trilhas para as praias vizinhas, conquistamos pedras altas para ver o pôr-do-sol e (corajosamente!) também as estrelas.

A noite no faro não é das mais agitadas, não: apenas na quinta-feira foi possível observar algum movimento num bar 'reggueiro'... acredito que todos os jovens turistas estavam naquele lugar (que não tinha lotação muito maior de 50 pessoas). Definitivamente, o Farol de Santa Marta é um paraíso para se viver de dia!

Fotos da chuvosa Floripa




quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Chegada em Floripa

Florianópolis, já a primeira vista é uma bela cidade. Aparentemente mais limpa, mais organizada e mais aguada, ou melhor, cercado por praias e rios por todos os lados (some-se a isto a chuva que nos acolheu em nossa chegada). Aportamos em Ponta das Canas, uma “vila” que nos transporta automaticamente para outro ritmo (e outro idioma: o espanhol, resultado da invasão argentina buenosairense naquele lugar). Nada a dizer: as praias são realmente bonitas, o ambiente simpático, as noites tranqüilas... O que mais fizemos lá foram longas caminhadas, trilhas por entre pedras, mata, em direção a praias nas quais pouco parávamos.
O evento mais engraçado (e , infelizmente, pouco registrado) desta etapa foi a noite eu passamos em Canasvieiras, bairro da ilha igualmente tomado por argentinos. Em busca de um programa jovem eu e Yamamoto Karina nos aventuramos na noite praiana: dotadas de sandálias altas e roupas veranistas, aportamos numa rua com algumas casas noturnas, entre elas, a fatídica “ilhéus”! Um pouco desinformadas, um pouco desencadas, recebemos um convite para a dita-cuja casa noturna e tomamos posto num bar próximo para esperarmos um bom horário de entrada (por algum motivo era mais ou menos meia-noite, mas a “balada” só começaria por volta da 1h30). Pontualmente neste horário a rua começou a se entupir: mullets surgiam de todos os lados, com todas as cores e designs... ah! Mullet é o estilo tipicamente buenosairense de cortar (ou não) os cabelos. Era possível distinguir à quilômetros (isso se eu estivesse de óculos, claro) um argentino de um brasileiro... e o que mais nos assustou foi que NÃO HAVIA NENHUM BRASILEIRO ALI! Ou melhor, nenhum não que é exagero inverossímel, brasileiros haviam cerca de 02 seguranças e alguns garçons – SÓ! (agora não é exagero). Posso dizer que, entre os pensamentos que me prenderam aquela noite este foi o mais exasperante: nenhuam brasileiro frequentava aquele lugar a noite (por favor, se vc estava lá, ou conhece algum amigo brasileiro que estava, manifeste-se!) Aquecidas, entramos no “Ilhéus” por volta das 3h da manhã... mas para deixar mais engraçado o que já não estava pouco, combinamos uma pequena.... como dizer....encenação. Durante toda a noite fiz o papel de italiana que está no Brasil a estudo e a Karina, bem, ela dava sustentação a essa cena. Se o argumento parece absurdo, a situação foi muito mais: nenhuma pessoa descreu (esse verbo existe?) da nossa cena. Putz! Sustentei até as 6h da manhã a figura da gringa européia e, olha, cansa! A coisa rendeu tantas risadas que foi retomada no dia seguinte... Mas esta já é um outro mico!

Curitiba

O sol que nasce...

Yamamoto Karina na pilha...


e eu inchada e morrendo de sono... BUH!!!!

Viajar pode significar sempre mais do que sair do lugar ao qual se está habituado... viajar às vezes pode ter o efeito de te tirar um pouco de você mesmo para que você permita mudar. Acho que é por isso que, depois de uma grande viagem, mesmo sem querer, a gente muda. Uma vez li num livro que o Homem tem a necessidade de ir para lugares com uma grande imensidão para relembrar a imensidão que tem dentro de si mesmo. Esses lugares que vi foram a demonstração disto.
Rumo ao Sul, paramos em Curitiba, quase uma escala de algumas horas. Era umas 6 da manhã e aproveitamos para conhecer o Jardim Botânico. Talvez não seja assim uma grande novidade deparar-se com plantas bem ornamentadas e uma estrutura metálica branca que funciona como estufa... talvez os olhos estejam muito nublados para perceber o ninho de ar puro em meio a uma grande cidade como algo surpreendente... talvez em são Paulo tenhamos coisas parecidas... fato está que a beleza “leggera”, a leveza sutil das pequenas coisas me capturou naqueles poucos instantes... Inebriada pela condição viajante, deixei-me seduzir pelos pequenos cuidados e detalhamentos daquele espaço... Que prazer não dormir para perceber os pequenos fluxos de luz em meio ao jardim da princesa... talvez o jardim botânico não seja único, mas é ele o responsável pela incrível quantidade de reticências deste texto.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

as aventuras de uma urban girl inexperiente no interior

Pois bem...
Relatos de férias aí vamos nós!
Parte 01: fim de ano na praia - mongaguá
essa eu não vou contar não! a maioria das pessoas já passou o fim de ano na praia ou já ouviu falar, logo...

parte 02: visitando os parentes - ourinhos
peguei o ônibus na barra funda para 06 horas de viagem rumo ao sudoeste de sp. desembarco em ourinhos ás 21h40 e encontro tia, prima e primo na rodoviária. há 12 anos (pelo menos) que eu não pisava naquela cidade e trodas as lembranças que eu pensava ter daquele lugar se desolveram com um rápido passeio pela cidade. Depois de um jantar "caipira" vou até a casa dos outros tios, onde a conversa rola solta até ás 2h da manhã. Não sou a única parente que aproveitou as férias para colocar os laços sanguíneos em dia... uma turma de 12 pessoas já está hospedada lá...
Pela manhã, sons de galo na janela e cachorro cuidando das motos que não param de passar. A terra vermelha logo tinge os meus pés e meu nariz desacostumado não percebe bem que o que respira é ar mais limpo. Sair para passear faz os ombros arderem logo nos primeiros minutos. O sol castiga, mas não soa. O destino da caminhada é a antiga casa de meu avô , já falecido, mas fresco na minha memória de criança de 08 anos. Vejo o portãozinho de madeira pintada meio quebrado, a mangueira esplendorosa no quintal, e as flores tão adoradas por minha avó. Minha memória traz cheiros e risadas altas de uma conviv~encia que foi mesmo muito pouca. Acredito que via meus avós apenas 01 vez a cada 02 ou 03 anos... quem sabe mais. Eles se foram quando eu era ainda muito nova: minha vó primeiro e depois meu avô. Mas, mesmo sem a grande intimidade, olho aquela casa e tento descobrir o que dela existe em mim; onde aquela terra vermelha do interior se grudou na minha pele e o que de meu temperamento tem origens naquele lugar... penso e não descubro, apenas prescinto.
Depois, voltar pra casa de moto táxi. Sou mesmo uma urbana esterrada em asfalto.... onde eu ponho as mãos quando andar de moto? será que tenho que segurar nos ombros de alguém que eu não conheço... assumo a dúvida a minha tia que me indica: tem um ferrinho aqui do lado pra vc segurar, fia!
eu volto pra casa.
almoço gostoso no restaurante do centro e sorvete da "cristal"!
rodoviária pequena, o sol forte que esmaga os olhos e a espera do ônibus que me levará ao próximo ponto de minha viagem: Assis.