quarta-feira, 30 de maio de 2007

dei um basta!

talvez vc não lembre (e se for homem nem mesmo repare) na quantidade absurda de desrespeitos e cantadas mal formuladas que são distribuídas diariamente `a incrível quantidade de seres humanos de sexo/gênero/energia feminina. não entendo porque, mesmo não sendo poucas, nós mulheres brasileiras (ao menos nós metropolitanas) não nos revoltamos, sacamos armas e tapas na cara de centenas de exemplares masculinos todos os dias. desculpem se exagero, mas minha decepção com a falata de desenvolvimento cerebral dos homens (principalmente se observados em bandos) é medonha! eu decididamente já havia decidido que não deixaria pra lá qqq má educação que me fosse presenteada pela rua, principalmente depois de notar está simples e triste constatação: quando estamos acompanhadas por um outro exemplar masculino, nós mulheres-coisas-pedaços de carne não sofremos a tal abordagem machista; só nos acontece quando estamos sozinhas ou em meio ao nosso bando de mesma espécie (desculpe mais uma vez, mas me recuso a ser classificada na evolução junto a estes sub-humanos-inteligentes).... ou seja, se nós mulheres-território não formos propriedade de alguém, estamos fadadas ao desrespeito... principalmente porque não fazemos nada. ao menos, a maioria de nós finge que não é com ela, passa como se nada tivesse acontecido... mas aconteceu. qual será o limite em que começaremos a reclamar? se nos agridem/desrespeitam verbalmente e não fazemos nada, quando vamos fazer? afinal, quem ganha quando não reagimos, não respondemos, ficamos caladas e irritadas? eu abro mão desta falta de voz e convito a todas e TODOS a refletirem e tomarem posiçao quanto a esta prática que de tão repetida parece quase incorporada ao dia-a-dia. se vc ouve um desrespeito, respeite-se, dê o limite, responda... se vc apenas presencia um ato como esse, manifeste-se tb...acho que o que não vale mais é ficar calado...

segunda-feira, 28 de maio de 2007

primeiro eu agradeço

Puxa, legais demais os comentários que as pessoas têm deixado. Confesso que eu acabo não respondendo individualmente porque o endereço email é non-reply e, sabe, responder comentário de blog por email não parece legal (tenho a sensação que é como mudar de meio comunicação, sei lá, não combina). Mas legal demais! leio todos!!!!
Depois do agradecimento, a confissão: eu nunca soube bem o que era ser feliz no inverno, quer dizer, eu não sabia até ontem, quando andando pela vazia marechal dominical eu adquiri (quero deixar claro que não defendo a realização emocional através do consumismo, peró....) bem, eu adquiri meu primeiro par de PANTUFAS BRANCAS EM FORMA DE COELHO!!!! Gente, é incrivelmente satisfatório e preenchedor de um vazio, sabe, um vazio lá de dentro da alma (além de um ótimo aquecedor para os meus pés gelados).Puxa, de repente é muito bom andar pela casa, mesmo fazendo muito muito frio (só de imaginar aquelas orelhinhas balançando a cada passo dado.....).
Bem, conhecimento adquirido e já distribuído!

sábado, 26 de maio de 2007

a trilha sonora de nossos dias

pois bem, a quarta-feira começa cedo, logo com o despertador ás 5h30 da manhã. Ônibus e ônibus até a USP ao som de trash pour 4 (álbuns recycle 1 e super duper) - as músicas fazem até mesmo a Cupecê e a Marginal Pinheiros ficarem mais glamurosas... ás 11h30 atravessar a ponte sobre o Rio Pinheiros com madonna e ver a paisagem do trem até Jandira com IVY (worry about you). Pegar a pé a subida até a casa de cultura (ARCADE FIRE - Wake up) e trabalhar com Quizás, quizás, quizás.....
Já são 17h30 e na volta me acompanham ARCADE FIRE e STROKES. Atravessar o Rio Pinheiros a pé novamente (e com madonna, novamente). Ás 19h sentar e ouvir o assunto de quem chegou mais cedo (estoui esperando o início da oficina JOGOS DO OLHAR). Por duas silencio, ou melhor, escuto muito mais tudo o que está a minha volta e dentro de mim. Escuto as vozes os passos, os corpos em rolamentos e deslocamentos pelo espaço. 22h saio. A USP em greve, ouço as árvores e o vento gelado que assobia na praça do relógio. 22h02 ouço meus passos rápidos nas folhas secas. 22h03 corro e ouço a respiração gelada. 22h04 (acho) percebo os sons dos carros e ônibus que passam. 22h10, dentro do ônibus, de volta pra casa, ligo novamente o MP3 e espero que DANIELE SILVESTRI com occhi da orientale me faça esquecer a pressa. 23h40 me atrai o som do elevador no térreo e em seguida, a chave do apartamento que cai no chão. ás 23h48 não ouço mais; me giram dentro os ruídos da minha contemporaneidade...

domingo, 20 de maio de 2007

O risco da informação livre

Quem imaginava mais uma batalha contra os meios de comunicação... errou! Hoje resolvi exaltar a internet! Num mesmo dia consigo falar sobre "batata" com uma amiga na Holanda, mandar mensagem no celular pra um amigo extra-continental e roubar dos emails que as pessoas me mandam confissões como essa:"....sentimentos profundos fazem parte da alma sensível... Grandes tristezas, grandes alegrias, duvidas, medos angustias, sao o que nos fazem um pouco diferentes do resto das pessoas... Vivê-los em profundidade, além de fundamental pra nossa formacao como artistas (ou voce acha que é por acaso que van gogh cortou a orelha, artaud acabou no hospício e sarah kane se suicidou?) é um PRIVILÉGIO!!!!! Isso mesmo, um privilégio que nós temos, poder penetrar tao intensamente nas profundezas de nós mesmos... Mais vale ser alegre e triste do que ser indiferente..." Parece pouco que alguém escreva um mail assim? Talvez porque já estejamos mesmo acostumados! Na época da carta-social (sabe, aquela que custa apenas 1 centavo e serve para colocar em comunicação aqueles parentes distantes....) abrir-se assim era uma coisa que demorava... E mesmo quando alguém decidia intensamente chorar as pitangas ou doar seu lado mais poético, o tempo de envio das cartas esfriava no outro a ardente confissão... Quando a resposta chegava, já era tarde. Por isso, ao contr´rio de imaginar que a internet seja uma ferramenta apta a separar as pessoas, ao contrário, acho que as ajuda a defrontar cotidianamente (se quiserem) a pessoalidade das outras; nos conecta mesmo distantes, mantém acessas as chamas de romances por suas webcans e mensagens instantâneas de bate-papo. Meu namorado que o diga....

quinta-feira, 17 de maio de 2007

o difícil exercício da transparência

Terça é dia de aula da turma de canto: os alquimúsicos. Mas nesta última terça rolou uma alqui - emoção. Eu e o Julius (meu bravíssimo parceiro de trabalho), não tínhamos a pretensão de promover tal mergulho, mas encontramos um grupo com grandes profundidades, que disponibilizaram o tempo e a vida interior para o nosso trabalho. Depôr, despir-se, contar uma história de uma vida (sua própria vida) e não temer se a emoção transborda dos olhos com água ... É um exercício lindo e difícil. Nós (coordenadores do trabalho) nunca pedimos que isso acontecesse... Mas as pessoas são seres caminhantes que nos surpreendem continuamente. Parabéns a todos (todos) que conseguem abrir um espaço na agenda para ser, para dizer, para simplesmente estar... Essas são as pequenas coisas que devolvem o sentido de cada trabalho...
(parabéns, hoje não teve crítica a massmedia!!!!!)

terça-feira, 15 de maio de 2007

Ontem, quando a TV me engoliu

Final de tarde. Da janela do apartamento o fim de tarde de inverno não embeleza a cidade, só contrasta. Janta rápida-solitária na frente da TV e...bum! Já que o assunto anterior foi a"media", sigo por este mesmo percurso. Fui bombardeada durante vinte minutos (muito bem sobrepostos por propagandas) por violência, assalto e uma reportagem que dizia: "O brasileiro vai cada vez mais ao mercado, mas gasta cada vez menos em cada compra...Dona Luzinete é um exemplo disto: - Todo dia eu tô aqui, comprando uma coisinha ou outra e pechinchando, né?." É D. Luzinete, se não pechinchar não dá! Ví o corpo de uma missionária assassinada no Pará, a agressão de um homem que perdeu a esposa num assalto, o caso de escolas estaduais em que os assaltos são constantes. Minha pele não resistiu e eu desabei no pranto; olhava pela janela e tinha medo daquela estrutura cinzenta se erguia (força de expressão por que eu moro no 10° andar) a minha frente. Olhava a cidade e tinha medo. Olhava a mim mesma e pensava: Paula, paula, não entra na lógoca do sistema, é isso o que ele quer, te inspirar o medo. Mais tarde, foi o genial christian que completou: "É comprovado e se sabe que uma população em pânico consome (leia-se compra, gasta, etc.) mais." Se Sabe? ou melhor, Quem sabe? Pra arrematar ainda veio: "A TV é o lugar onde podemos ver o que não gostaríamos de ver." UH!!!! Ás 20h30 e dois copos de vinho depois, foi embora toda a minha vontade de estudar e de debater (pensar, lembrar, resolver) estas questões midiáticas. Liguei a TV e assisti a SUPERNANNY, assim, só pra descansar a cabeça...
(ah! vcs sabiam que dá pra comprar o dedinho do lula - é aquele que tá faltando no presidente - por R$1,00 na cidade de Caetés?)

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Por que ler a revista VEJA

Este ano decidi - vou estar mais informada! Por isso, como medida de início de ano decidi assinar uma ou duas revistas (nenhuma delas é a Veja), mas acabou me caindo uma revista VEJA nas mãos (um certo tipo de brinde da editora). Pois bem, domingo pela manhã, com um pouco de luz do sol e aquela mesa delicada de café da manhã (domingo é um dos poucos dias em que posso tomar café depois das 8) abri a tal revista (sempre a VEJA, não se esqueçam) e durante 1h30 exercitei a minha indignação ao ler o conteúdo das matérias...Por que ler a revista VEJA? Para entender a cabeça de milhares de brasileiros que não tiveram a possibilidade do exercício crítico e acreditam, tomam para si o ponto de vista da imprensa. Por que ler a revista VEJA? Para entender porque o trabalho de centenas de governantes (podem questionar a vontade, mas não sou da turma que generaliza todo político é corrupto), entidades sociais, organizações civis, voluntários, educadores e artistas, porque o trabalho de centenas de milhares de pessoas no Brasil não se concretiza, não perdura no tempo, nao midifica grandes paisagens. Leia a revista VEJA como exercício de indignação, como uma ferramenta para a compreensão da mentalidade direitista e anacrônica brasileira. Leia VEJA para que o seu estômago embrulhe com as notícias, as perguntas das entrevistas, a manipulação dos fatos. Leia a VEJA quando estiver feliz de mais e com os pés muito fora do chão, e certamente lembrará que viver é também assumir uma função social - que não ajuda atrapalha e quem não se manifesta contribui para a sustentação de um sistema, diz sim à "falta de ética globalizada". Por estes (e ainda outros motivos) LEIA A VEJA - mas, atenção, leia numa biblioteca pública (afinal, nossa indignação não pode sustentar financeiramente o sistema...
assinado, paula indignada

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Começar é sempre difícil

Bem, estou efetivamente começando este blog, mas a coisa não é assim tão simples... Afinal, como organizar os conteúdos daquilo que nos interssa?