sábado, 26 de dezembro de 2009

De Santa Cruz a La Paz

Santa Cruz segue mais ou menos o mesmo perfil das oputras cidades que percorri neste curto perìodo de tempo: Cochabamba e La Paz. Nesses três lugares o plano foi o mesmo: chegar de ônibus pela manha, deixar as malas no porta-bagagens da rodoviária (3 bolivianos) e percorrer o perímetro urbano até o final da noite (quando mais um ônibus nos espera). A viagem em ônibus leito de SANTA CRUZ-COCHABAMBA custa cerca de 70 bolivianos e é bastante confortável - mas, ah! - os banheiros!
Esses merecem um capítulo a parte... deixando de lado todo o prazer de viajar e as belezas que nos oferecem essa terra hermana latino-americana... SANTO DEUS; o que são os banheiros!!!!!Talvez já tenham sido piores em outras épocas, mas sao ainda dotados de regras de conduta as quais nao estou acostumada... por exemplo o fato de homens circularem e USAREM tranquilamente o banheiro feminino... No inìcio achei que era coincidência, um tipo folgado que veio roubar papel no toalete dos outros, mas o lance é que isso acontece sempre! Além disso, qualquer banheiro, em qualquer lugar e em qualquer horário tem gente, espera, ou , no mínimo, bem movimentado! É grande a quantidade de banheiros que nao tem água (eca!)... Excessao a isso, claro, sao os banheiros de cafes e restaurante médios dos centros.
Bom...
Cochabamba nos apresentou um cenário desafiador (ou fomos nós que pedimos muito dela): chegamos ao centro da cidade ás 7 da manha, de um dia chuvoso, do DIA DE NATAL! hahahahah Precisamos caminhar algumas horas a fim de comecarmos a encontrar conforto...
No fim, o dia em Cochabamba mostrou-se riquíssimo - nao tanto pelo turismo - se vc nao vai ficar hospedado na regiao para conhecer o entorno, pode sem culpa pular a cidade da sua rota... Mas como era Natal, Eu e Chri organizamos nossa comemoração: Café da manha americanos especial (desses que a gente vê em filme da sessao da tarde... ovos, waffles, etc... Depois o almoco de Natal foi realizado nun simpatisíssimo restaurante na avenida BALLIVAN (que reune os melhores restaurantes da cidade, apreciados pela variável e módica quantia que vai dos 13 aos 25 bolivianos ... dos 4 aos 10 reais!!!!!!!).

O final do Natal foi de um prazer quase retrô: assistimos â matine no cine de rua ASTOR, com outras centenas de criancas e familiares... e o melhor, pague um assista 02! Nao fosse a atualidade da superproducao AVATAR (que aliás recomendo) poderia facilmente transportar-me a uma atmosfera anos 80!
De COCHABAMBA-LA PAZ mais um onibus na noite... mas a parada em LA PAZ foi ainda mais curta - ás 14 pegamos um onibus para COPACABANA, cidade proxima ao lago Titicaca, lugar que certamente vai pedir ao menos uma noite de estada! Ou mais!!!!


La Paz

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Como atravessar a fronteira BRASIL-BOLÍVIA... um guia para turistas iniciantes...

Capítulo I - de como uma urbe-girl se arranja em sua viagem de fèrias...

E lá vamos nós! Viajar! Período de férias e descobertas... E aqui segue o relato deste início de viagem, um possível guia para quem quiser conhecer Bolívia-Peru da forma mais barata mochila-conforto que nos foi possível descobrir... Mi compañero di viaje es el mio pareja: christian...
A rota nao está completamente decididida, mas decidimos partir de Sao Paulo em direcao a Corumbá, cidade fronteira do Mato Grosso do Sul.

No meio do caminho tinha um boizinho Tinha um boizinho no meio do caminho....


O onibus (R$ 220,00) é bastante confortàvel, mas esteja preparado para eventuais atrasos. O ônibus conta com poucos brasileiros... a maioria é mesmo de bolivianos que estao voltando para casa passar o natal...
Depois de 24 horas de viagem chegamos a rodoviária de Corumbá onde decidimos passar uma noite... Pagamos 5 reais para que um moto-táxi nos leve até o centro, no HOTEL ANGOLA (o que é relativamente caro, mas depois de 24 horas de onibus, quem tinha pique de pechinchar????). O Angola está localizado ao lado de um terminal de Onibus e perto da praca da republica... lá é possível pegar um quarto para duas pessoas (50 reais) com vista para o porto de Corumbá, que foi reformado a pouco tempo e oferece um ótimo cenário para passear tomando uma 'geladinha' (sim, aquele saquinho com suco congelado dentro).

Corumbá

A boa para comer bem e barato em corumbá é o restaurante PANELA VELHA (que fica na rua 15 de novembro). A comida é caseira mesmo, e com 10 reais vc come a vontade (com direito a sobremesa).
Corumbá nos ofereceu por coincidência um ótimo cenário natalino: uma representacao de Natal com direito a coro de criancas e fanfarra da cidade... A representacao tinha um caráter 'kitch-experimental-contemporaneo´.
representação de Natal

Os atores inicialmente representavam atrás de um tecido branco, sobre o qual se projetavam imagens paisagísticas, tipo as da tela de descanso do windons... tudo acompanhado de uima narrativa dublada por uma árvore falante localizada de forma estratègica entre dois teloes (o porque de um tronco de árvore narrar a história do menino Jesus nao sei e desisti de saber logo nos primeiros minutos de representacao). Logo o anjo Gabriel aparece: é um ator tipo estátua viva que sobe misteriosamente acompanhado de nuvem fumaca e estrobo (um elemento experimental, nao?). A isso segue-se o nascimento do menino Jesus, festejado com uma bela danca do ventre realizada por tres mocas (seria o elemento kitch ou contemporaneo). O mesmo recurso (a danca do ventre, mas agora acompanhada por uma musica pseudo tecno arabe) festeja a chegada dos reis magos... a musica em fade out dá espaco a dublagem do anjo... trata-se do artigo 1 dos direito humanos (caracter experimental contemporaneo... e politico). Descrito assim, até parece que o espetáculo nao foi prazeroso... o que nao é absolutamente verdade... o clima e a atmosfera nao podiam ser mais férias do que isso... Comida de barraquinha, caipirinha e luzes, muitas luzes de Natal.
De Corumbá atravessamos a fronteira para pegar o trem que vai de QUIJARRO a SANTA CRUZ. (Bom lembrar que compramos a passagem um dia antes de embarcarmos). Brasileiros podem passar só com o RG, mas devem passar pela polícia boliviana da fronteira para pegar um papel, sem o qual paga-se uma multa para sair do país. Tem um Onibus de linha (R$ 2,00) que te deixa na frontera - dali segue-se a pé até a bolívia (5 minutos) e pode-se negociar um taxi até a estacao de trem por 5 bolivianos por pessoa (eles podem querer cobrar a mais...nao pague... pechinchar é o primeiro verbo numa viagem pela Bolívia). Para aqueles que como eu, nao entendem nada de cotacao, 1 real pode ser trocado hoje por 3,50 bolivianos! E isso é que tem tranformado a Bolívia num país tao atrativo para os brasileiros.... O trem para Santa Cruz mais barato parte as 12h45 (e custa 115 bolivianos). A viagem nao é das mais comodas, mas é certamente mais segura do que se imagina. O "trem da morte" já nao merece este carinhoso apelido (com todo respeito). Os lugares sao numerados e o cenario é o pantanal boliviano, pontuado por alguns vilarejos e estacoes nas quais o trem para pelo caminha. DICA: se vc decidir fazer essa viagem de trem pode contar com uma bagagem de, pelo menos, duas garrafas de água grande por pessoa!O calor é de matar e água é artigo raro e caro no caminho! Vende-se de tudo no trem: empanadas (que sao deliciosas e podem ser apreciadas sem medo), pratos com frango, espetinho de carne, pipoca, gelinho, limonada, café... Em algumas paradas a populacao fica nos portões a espera do trem que chega... e saem com as bandejas vazias! Mas, a comida nao é para qualquer um... Tomar água ou suco não industrializado é firmemente desaconselhado! Nao se deixe levar pela maré de pessoas que usufruem prazerosamente o seu suco ou geladinho... a água boliviana nao é segura como no Brasil... e o pior é que dá uma vontade de se render!
Bom, de trem foram já mais 20 horas de viagem (dá pra chegar quebrado!) até SANTA CRUZ, onde vale a pena descer e dar uma voltinha até pegar o onibus para Cochabamba (a viagem de cerca de 20 horas custa 70 bolivianos com onibus leito super espacoso!)...



Santa Cruz

Aqui em Santa Cruz vale a pena almocar no café restaurante Porto Fino - fica bem perto da praca 24 de setembro. O almoco executivo (25 bolivianos) inclui sopa, segundo, bebida e salada de fruta e é fantástico... uma forma boa e barata de satisfazer o apetite turístico de novidades!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A experiência de um dezembro cheio...

Ou pontuações costumeiras de um ano que parece não acabar...

2009 é um ano que se despede sem querer ir...Sou dessas que não se fidam muito das percepções das pessoas sobre os anos, e pouco endosso comentários do tipo: Passou rápido! Nossa, que ano difícil! Anos não são pessoas, apesar de seguramente possuírem características particulares... e nem que fossem gente caberiam em classificação universal... Um ano difícil pra mim não significa o mesmo para uma criança indiana, ou para uma garçonete tailandesa. Mas, apesar de toda descrença em unidade de sensação, desabafo uma constatação: esseé um desses anos que não quer se transformar... Particularmente terei saudades de 2009, ou melhor, guardarei com prazer as memórias dascoisas que nesse ano aconteci/me aconteceram... Ou melhor... que ainda estão acontecendo... Dezembro já é e já está para acabar, e eu ainda nem expeimentei a ansiedade das festas, o tempo vago a olhar as luzes, as limpezas de fundo de armário... o ano acaba sem tudo acabado - expectativas, projetos, escritas, idéias e cena, tanta cena....

Foi nesse dezembro agitado que ainda achei (ou melhor, criei) buraco para uma experiência sobre o trabalho de Grotowski coordenada numa oficina por François Kanh. Um trabalho sobre Grotowski sem falar no próprio, um trabalho que estava vivo no propositor e no qual nos debruçamos com muita curiosidade... 01 exercício, apenas 01 exercício em 05 dias de 05 horas de trabalho.... um exercício, e a cada execução uma busca, um mundo de possibilidades, o mar naufragável das percepções objetivas-internas-poéticas...

um mundo de novos mares abertos em pleno dezembro... e pode ser melhor que isso?

Cordãozinho

"Quando eu era pequeno eu tinha um grande problema...ás vezes eu tinha dor de cabeça e dor de garganta... até aqui nada de estranho, não é de fato prazerosos, mas é uma coisa que acontece a todos... porém contecia também de me fazerem mal as calças quando a mamãe as colocava nalavadoura e aquela espécie de ventoinha que tem lá dentro as fazia bater de um lado para outro, me fazia mal o gato quando alguém puxava seu rabo e me fazia mal a cadeira quando se sentava nela o tio Pasqual, que pesa mais de uma tonelada e a qualquer momento a afunda...." Ermanno Bencivenga