segunda-feira, 23 de julho de 2007

vida adulta lado A

sábado foi mais um destes dias em que acordei ás 4h da manhã, olhei a cidade pela varanda e o silêncio que a madrugada guarda me assustou. sensação esquisita essa de solidão que a cidade te reserva. já no período da tarde a notícia triste - a morte do pai de um grande amigo. tudo o que podemos fazer, pensei, é abraçar os vivos, os que ficaram, e desejar-lhes boa caminhada de volta a vida normal... espero que não sofra demais. chego ao cemitério com o coração apertado ...desde a morte de minha avó materna (eu já tinha 21 anos) que a vida ganhou outro significado pra mim. lembro de vê-la assim que os bombeiros chegaram e sua mão cair abandonada ao lado da maca... alí eu entendi que a pessoa que existia nela já não estava mais lá... aquela mão agora era só matéria, quase como um objeto... não, minhavó não estava mais lá...neste ponto senti o que era morte e o que ela provocava àqueles que ficavam... posso mesmo dizer que daquele dia em diante miha vida tomou outro rumo; de certa forma, assumi minhas vontades, procurei novas forças para encarar a vida como minha vó tinha feito, com força. a trsteza a abateu e ela se foi. mas antes, sem saber, me ajudou muito.... quando cheguei ao cemitério e vi, meu amigo, em pé, um tom grave mas muito consciente, entendi que o mesmo se passava com ele. me emocionei ao ver o homem que se formou no corpo daquele cara que já conheço há uns bons 7 anos ou mais e que sempre me ouviu e me aconselhou. suas mãos eram grandes e o pescoço forte e altivo, como quem toma para si a responsabilidade de crescer com os eventos da vida. ele está forte como nunca o vi na vida. estranha essa coisa de entender e não-entender o sentido da morte...

Um comentário:

Anônimo disse...

é isso a vida, um instante, um sopro, uma chama de instantes, no fim é fumaça, q se esvai no nada!! te amo querida!! beijos