terça-feira, 15 de maio de 2007

Ontem, quando a TV me engoliu

Final de tarde. Da janela do apartamento o fim de tarde de inverno não embeleza a cidade, só contrasta. Janta rápida-solitária na frente da TV e...bum! Já que o assunto anterior foi a"media", sigo por este mesmo percurso. Fui bombardeada durante vinte minutos (muito bem sobrepostos por propagandas) por violência, assalto e uma reportagem que dizia: "O brasileiro vai cada vez mais ao mercado, mas gasta cada vez menos em cada compra...Dona Luzinete é um exemplo disto: - Todo dia eu tô aqui, comprando uma coisinha ou outra e pechinchando, né?." É D. Luzinete, se não pechinchar não dá! Ví o corpo de uma missionária assassinada no Pará, a agressão de um homem que perdeu a esposa num assalto, o caso de escolas estaduais em que os assaltos são constantes. Minha pele não resistiu e eu desabei no pranto; olhava pela janela e tinha medo daquela estrutura cinzenta se erguia (força de expressão por que eu moro no 10° andar) a minha frente. Olhava a cidade e tinha medo. Olhava a mim mesma e pensava: Paula, paula, não entra na lógoca do sistema, é isso o que ele quer, te inspirar o medo. Mais tarde, foi o genial christian que completou: "É comprovado e se sabe que uma população em pânico consome (leia-se compra, gasta, etc.) mais." Se Sabe? ou melhor, Quem sabe? Pra arrematar ainda veio: "A TV é o lugar onde podemos ver o que não gostaríamos de ver." UH!!!! Ás 20h30 e dois copos de vinho depois, foi embora toda a minha vontade de estudar e de debater (pensar, lembrar, resolver) estas questões midiáticas. Liguei a TV e assisti a SUPERNANNY, assim, só pra descansar a cabeça...
(ah! vcs sabiam que dá pra comprar o dedinho do lula - é aquele que tá faltando no presidente - por R$1,00 na cidade de Caetés?)

Um comentário:

Anônimo disse...

Ahahahahahahahaha... genial, Pá!
Obrigada pelo texto. Porque, como disse o Abujamra (o pai) uma vez: "temos de assistir televisão para estarmos atualizados com a mediocridade"...